A sociedade brasileira de hemodinâmica e cardiologia intervencionista lançou uma campanha: “mulheres também infartam” para alertar sobre o risco de infarto em mulheres.

No Brasil, 30% das mulheres morrem de doenças cardiovasculares e esse número é 8x maior que o câncer de mama. E a probabilidade de morrer de infarto na mulher é 50% maior que no homem.

A doença coronariana em mulheres é subdiagnosticada e subtratada. Os sintomas são atípicos, inespecíficos e menos intensos, mais frequentes em repouso e relacionados ao estresse.

As mulheres jovens infartam sem dor no peito e tem mortalidade hospitalar mais alta. As mulheres na pré-menopausa são consideradas de baixo risco. Já as mulheres da 5decada de vida devem estar entre risco baixo a intermediário, dependendo da presença de sintomas ou comorbidades. Mulheres em torno de 60anos tem risco intermediário e a partir de 70anos são consideradas de alto risco.

Os exames para avaliação da isquemia possuem alterações peculiares das mulheres e devem ser interpretados por cardiologista experiente para não correr riscos de indicação inadvertida de exames invasivos.

O próprio mecanismo de isquemia na mulher difere do homem: mulheres têm menos doença obstrutiva, coronárias mais estreitas, além de apresentarem mais disfunção microvascular, erosão da placa, dissecção e função de VE preservada.

Apesar do alto risco, poucas mulheres vão ao cardiologista regularmente. Muito importante trazer essa informação para que cada vez mais mulheres se conscientize e busque ajuda para reduzir os riscos e a mortalidade cardiovascular.